1000 redes sociais, 0 saúde mental
As redes sociais nasceram com a proposta de conectar pessoas, de criar novas relações e mudar a maneira como as pessoas interagem
E em muitos desses aspectos elas obtiveram sucesso.
Mas para as pessoas com fobia social esse ambiente pode ser opressor e até mesmo tóxico.
A pessoa com fobia social acaba por encontrar certo refúgio por trás da tela e da facilidade em editar uma narrativa, como a de beleza ou status.
Mas, como toda mentira, como toda defesa, as falhas logo surgem e a vida idealizada acaba não se sustentando, quando a narrativa não encontra seu reflexo na realidade.
É aí que a pessoa com fobia social acaba internalizando o que vê nas telas, consumindo a vida alheia sem o discernimento de entender a falsidade daquilo.
A pessoa olha para a própria vida e se deprime.
Como exatamente as redes sociais influenciam os quadros de fobia social?
A forma mais direta de responder isso é através da ideia de contraste: quanto mais olhamos as vidas alheias que julgamos perfeitas, mais as inseguranças da pessoa com fobia se reforçam.
E essa uma receita perfeita para o desastre.
A insegurança, a baixa autoestima, a desesperança jogam a pessoa com fobia em um dilema: se abandonar as redes sociais ele recai sobre o chamado FOMO, fear of missing out, ou seja, medo de que a pessoa estará perdendo algo (oportunidades, eventos, conexões, etc).
Ficar é doloroso, sair também.
O que fazer então e como lidar com as redes sociais?
O foco sempre que falo sobre conexões é relacionamento é falar em autenticidade, ser quem se é e buscar a sua tribo.
Pense bem, por mais que você deseje ser uma modelo, você sabe todo o processo por trás daquelas fotos que você vê no Instagram? Fotos que acabam fazendo você se sentir mal!
Por trás daquela foto existem cem outras fotos que não ficaram boas. Existe iluminação e equipamentos profissionais e, é claro, edições.
Você está se comparando à algo que não existe e, mesmo assim, despertando um sentimento de inadequação.
Busque pessoas, páginas e grupos que tenham a ver com quem você é de verdade, não com uma idealização. Seja cringe, dork, nerd, seja o que você for, se existe uma verdade na Internet é que tem alguém como você lá fora, esperando para se conectar com você.
Eu gosto muito de astronomia e, mesmo sem saber mais do que o básico sobre o tema me vejo conversando horas com desconhecidos sobre diversos temas graças aos grupos no Facebook.
As redes sociais ainda possuem, em seu núcleo, o potencial para conectar as pessoas, então se aproveite disso e estabeleça conexões positivas, ou seja, que fazem bem para sua saúde emocional e que alimente o que há de melhor em você.
Além disso é importante desconectar daquilo que te faz mal. Se você segue uma modelo por ela te inspirar, ótimo. Mas se ela te faz se sentir mal, melhor deixar de seguir.
E isso vale para família também. Muita gente tem receio de não aceitar familiares nas redes sociais, e por isso acabam se arrependendo. As pessoas podem ser tóxicas em várias circunstâncias, e sangue não previne isso.
Converse com a pessoa e, se isso não resolver, se desconecte (mesmo que de forma indireta, como restringir o que a pessoa vê)
O importante é que as suas redes sociais promovam a dose certa de escapismo, de conexão e de sentimentos bons.
Para isso você precisa encontrar as pessoas certas para seguir.
Como encontrar essas pessoas vai depender de muito autoconhecimento e aceitação.
Mas isso vai ficar para outro artigo.
Curta, compartilhe e espalhe o bem!
Até a próxima!